quinta-feira, março 28, 2024
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Medo de epidemia põe saúde de Barueri em alerta

por: Redação

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Com o alto número de casos em 2015 e receio de que os registros aumentem, ações de combate à dengue são reforçadas por autoridades municipais 

Hospitais lotados e a explosão de casos confirmados de dengue em Barueri em 2015 colocaram o sistema municipal de saúde em alerta e levaram à intensificação de ações de controle de uma possível epidemia da doença. 

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, passou de 6 mil o número de registros confirmados este ano no município. Desse total, segundo a administração municipal, mais da metade foi de atendimentos de pessoas das cidades vizinhas – o que explicaria a superlotação de hospitais e postos de atendimento em Barueri durante o pico da doença.

Marcela R., moradora da Aldeia, está entre as vítimas do Aedes aegypti. A manicure foi picada pelo mosquito transmissor da doença no primeiro semestre do ano e quando foi procurar atendimento no Sameb, deparou-se com uma realidade preocupante. “Fiz vários exames de sangue e o sistema que foi adotado era bem ruim. Todos que iam para passar por uma consulta tinham que esperar uma eternidade para ser atendidos: desde a chegada até finalmente chegar ao médico”, revelou.

O número de casos cresceu tanto, que a prefeitura fixou cartazes pedindo paciência aos pacientes/Foto: Divulgação
O número de casos cresceu tanto, que a prefeitura fixou cartazes nos hospitais pedindo paciência à população/Foto: Divulgação

Marcela contou que o número de atendimentos foi tão grande quando esteve doente que áreas foram criadas para tentar acomodar a quantidade de pessoas que procuraram socorro. “Os médicos estavam trabalhando muito! Era muita gente”, lembra a manicure.

Para Maria Conceição, funcionária pública que mora e trabalha no centro de Barueri, não foi diferente. Do momento em que desconfiou que tinha contraído dengue, até conseguir ser atendida, em julho passado, ela passou por um calvário de oito horas e três postos de saúde.

Alerta máximo para 2016

Junto com Marcela e Maria da Conceição, pelo menos outras 6 mil pessoas que foram diagnosticadas com dengue em Barueri este ano, na pior onda da doença já registrada na cidade, passaram pelas mesmas dificuldades de atendimento.

O surto de dengue levou o pronto atendimento da cidade à beira do colapso e isso acendeu a luz amarela para os gestores da saúde pública municipal, que começaram a temer um possível quadro ainda pior em 2016, já que o período de chuvas e calor está apenas começando.

A preocupação com uma possível epidemia levou o prefeito Gil Arantes, no início de dezembro, a assumir publicamente a apreensão sobre ao assunto. Ele admitiu para milhares de pais que acompanhavam as cerimônias de formatura das escolas de educação infantil que há o risco de que em 2016 o número de casos de dengue na cidade seja superior aos registrados neste ano – o que pode gerar uma crise e esgotamento da assistência médica pública de Barueri.

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Já em 2015 medidas foram adotadas para tentar conter o avanço da doença no município. Ao longo do ano, agentes de combate à dengue se dividiram em grupos para realizar vistorias em residências e estabelecimentos comerciais e procurar focos do Aedes. Uma das residências inspecionadas foi a de Marcela R. “Eles dedetizaram muitas casas aqui no bairro. E quando visitaram a minha, não acharam nenhum foco”, lembra. Os agentes estão sempre uniformizados e identificados. 

Apesar de realizarem verificações diariamente, o risco de aumento no número de casos de pessoas com dengue pode crescer. Uma das razões para esse risco, segundo Josenaldo Vieira, supervisor do Centro de Prevenção e Combate à Dengue, órgão da secretaria de Saúde de Barueri, é que todos os domicílios do bairro visitado precisam ser checados. “Se uma única casa não for verificada e houver um foco, o quarteirão inteiro estará em risco”, explicou.

Todos os lugares possíveis de acúmulo de água devem ser verificados/Foto: Divulgação
Todos os lugares de possível acúmulo de água devem ser verificados/Foto: Divulgação

Reforço para o verão

Atualmente são 26 os agentes do Centro de Prevenção que verificam os lares em busca de possíveis focos de larvas do mosquito. Porém, a experiência de 2015 não deixou dúvidas: com a chegada do verão esses trabalhos precisam ser intensificados.

Segundo o supervisor Josenaldo Vieira, a partir de 4 de janeiro o número de agentes ganhará reforço. “Contaremos com mais 59 profissionais treinados para apoiar o trabalho que tem sido feito”, revelou. 

As visitas feitas durante o ano resultaram num diagnóstico preocupante. Alguns bairros requerem mais atenção, como é o caso do Engenho Novo, do Califórnia e do Jardim Belval.  

A situação nesses locais colocou as autoridades em alerta, e está prevista uma ação pontual nessas áreas.  “Além das inspeções que já são realizadas durante a semana, estaremos indo aos sábados nesses locais. Dia 16 de janeiro vamos ao Engenho Novo e Califórnia, e dia 30 nos concentraremos no Jardim Belval”, explica Vieira.

Essas visitas adicionais são necessárias porque, segundo o supervisor, dos 72 mil domicílios de Barueri, só 34 mil foram verificados em 2015. “Os moradores, em muitos dos casos, estão trabalhando durante a semana. E quando não há um responsável pela moradia, nós não podemos entrar”, esclarece.

Para essa ação aos sábados, as equipes de agentes ganharam o reforço de voluntários e também foi pedida ajuda ao Exército para auxiliar o mutirão durante o verão. Mas o combate também precisa da ajuda da população, que deve estar sempre de olho nos locais onde possa haver acúmulo de água parada. Essa participação é de prevenção, e isso é fundamental. 

Manter bem tampados caixas, tonéis e barris de água; não jogar lixo em terrenos baldios; colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira sempre bem fechada; encher os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda são alguns dos cuidados que podem fazer a diferença. “O que precisamos é não ter que matar o mosquito da dengue. Ele não pode nem nascer. E para isso é urgente que se combata os focos”, lembrou Josenaldo Vieira, supervisor de Combate à Dengue de Barueri. Mais informações na Coordenadoria de Vigilância em Saúde/Departamento Técnico de Controle de Zoonoses – telefone: 0800 7717207.

Ações contra o mosquito Aedes aegypti

Visita dos agentes:

Dengue MiniOs agentes visitam as residências à procura de focos ou possíveis criadouros para fazer a Avaliação de Densidade Larvária (ADL).

 

Dengue MiniÉ preciso que haja algum morador maior de idade na residência para que o agente de combate a dengue possa vistoriar o local.

 

Dengue MiniTodos os integrantes da equipe, durante as visitas, estão uniformizados e identificados por meio de crachás.


Dengue MiniAs equipes de combate à dengue utilizam, sempre que possível, a nebulização de insumos para eliminar focos.

 

Aplicação dos insumos:

Dengue MiniOs produtos utilizados são divididos em larvicidas e inseticidas. Os larvicidas servem para matar as larvas do Aedes. São aqueles que o agente de combate a dengue coloca nos ralos, caixas d’água e lugares onde há água parada que não pode ser eliminada.

 

Dengue Mini

A nebulização, considerada um recurso extremo, é a aplicação de inseticidas líquidos espalhados como auxílio de equipamentosOs produtos matam os insetos adultos enquanto estão voando e não são empregados indiscriminadamente, sendo utilizados somente quando existe a transmissão da doença em surtos ou epidemias.

 

Dengue MiniComo o veículo para a nebulização só pode andar a 30km/h, o trânsito no local precisa ser suspenso. Normalmente é necessário o apoio do Demutran.

 

Dengue MiniHá lugares onde não é possível fazer a nebulização: a área precisa ser plana para que o produto, depois de aplicado, aja de maneira uniforme.

 

Dengue MiniAs residências precisam ser completamente desocupadas: adultos, idosos e crianças têm que ser retirados para que não haja intoxicações. Esse cuidado também se aplica aos animais de estimação.

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