quinta-feira, março 28, 2024
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Alunos do ITB do Paulista protestam contra assédio no colégio

por: Redação

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Caso ocorreu na quarta-feira, 4/3, quando um professor teria dado um ‘tapa na bunda’ de uma aluna durante atividade escolar

Aluna alega que professor deu um ‘tapa em sua bunda’ durante uma aula de educação física/Foto: Divulgação

Alunos do ITB Professor Munir José, do Jardim Paulista, protestaram durante essa segunda-feira, 9/3, contra o assédio por parte de funcionários do colégio. Alunas retratam inúmeros casos, mas o episódio que teria motivado o protesto aconteceu na última quarta-feira, 4/3. Essa já é a segunda manifestação em menos de duas semanas de alunos da Fieb pedindo mudanças à gestão escolar.

Uma aluna de 16 anos, do 2º ano do Ensino Médio, conta que estava com o grupo de classe fazendo exercícios de ginástica durante uma aula de educação física, quando teve dificuldades para executar uma cambalhota. “Pedi para as minhas amigas me ajudarem, mas em nenhum momento pedi alguma ‘ajuda’ para ele”, conta a aluna ao Barueri na Rede, referindo-se a um professor.

Ex-alunas também reclamam de atitudes do mesmo professor e dizem que nunca foi ‘feito nada’ para uma mudança/Foto: Divulgação

“Ele estava perto do nosso grupo porque os outros estavam ensaiando dança e faziam a própria coreografia. Foi quando o professor me mostrou como se fazia uma cambalhota e pediu para que eu repetisse. Quando eu abaixei para rolar e fazer o movimento, ele deu um tapa na minha bunda”, desabafa a aluna.

A adolescente conta que ela e as amigas ficaram surpresas. “Minha amiga gritou que eu não precisava da ajuda dele, e como ficamos assustadas, ele se afastou durante uns minutos”, relata. A aluna conta que quando elas voltaram a tentar fazer o exercício, o professor apareceu novamente. “Assim que fui dar a cambalhota de novo, ele deu outro tapa na minha bunda”, descreve a menina ao BnR.

Alunos protestaram durante essa segunda-feira, 9/3, pedindo um posicionamento da escola/Foto: Divulgação

A aluna relata que ficou o restante da aula sem fazer nada, e que ficou receosa de fazer queixa. “Fiquei com medo de reclamar e não dar em nada, e ele acabar ficando com birra de mim. Até que as minhas amigas me convenceram a ir falar com a orientação da escola sobre o que tinha acontecido”, continua a adolescente.

Ela conta que relatou tudo o que havia acontecido enquanto um funcionário anotou o que a aluna dizia. “Me falaram que o meu relato ia para o superintendente da Fieb, além de frisarem bastante a importância de não falar o que tinha acontecido para ninguém, nem alunos nem meus pais, e disseram para eu ficar tranquila, que a demissão dele chegaria no outro dia”, relata ela.

Dois dias após o episódio de assédio, a aluna foi procurada na sala de aula com a informação de que o professor pediria desculpas e continuaria dando aula normalmente. “Ele ainda se fez de desentendido em outra sala, falando que só estava me impulsionando a fazer a cambalhota”, descreveu a aluna em entrevista ao Barueri na Rede.

Por fim, a adolescente decidiu contar aos pais o que houve e registrou a ocorrência na Delegacia de Barueri no sábado, 7/3. “Fui à delegacia e fiz um boletim contra ele, mas, infelizmente parece que não vai dar em nada, pois vi que não era a primeira queixa contra esse mesmo professor que havia lá”, termina a aluna angustiada ao BnR.

Ao Barueri na Rede, além de relatos atuais de alunas que dizem ter sofrido assédio, antigos estudantes relataram que casos ligados a esse mesmo professor não são recentes. “Sempre ouvíamos falar nas atitudes que ele tinha e o que ele fala para as alunas. Para as que ele julgasse ‘bonitas’, ele pedia para ir de calça legging durante as aulas. Já as outras, as apelidava o tempo todo”, relatou uma aluna formada em 2014 no mesmo colégio.

Já uma adolescente que estuda atualmente na escola, conta que durante o protesto, uma aluna gritou perguntando quem já havia sofrido assédio na escola por parte dos professores. “Mais de 15 meninas se levantaram, e essas são somente as que não tem medo ou vergonha de falar’, conta outra aluna.

O jornal entrou em contato coma Prefeitura, por meio da Secretaria de Comunicação (Secom), pedindo um posicionamento sobre o caso e questionando o porquê de o professor permanecer tantos anos no colégio mesmo diante de inúmeras denúncias de assédio. Até o fechamento desta reportagem, não houve nenhuma resposta.

Segunda manifestação este ano

Não foi o primeiro proteste de alunos da rede ITB contra a gestão este ano. Na última sexta-feira, 7/3, alunos do ITB Professor Antônio Arantes Filho, no Parque Viana, interromperam as aulas, saíram ao pátio e protestaram durante toda a manhã na escola. O motivo é o horário de acesso à biblioteca da escola, a falta de tolerância com atrasos na hora da entrada e a falta de respeito da gestão com alunos e funcionários.

“Criamos um documento esboçando os nossos motivos e pedindo mudanças, além de pesquisarmos leis que nos protegem quanto às irregularidades que vimos na escola”, contou uma aluna ao Barueri na Rede. “Após o protestos, nos prometeram que ainda essa semana as coisas vão mudar, mas estamos aguardando”, conclui ela.

 

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