quinta-feira, março 28, 2024
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Sobre lírios, judô e parque de diversões

por: Redação

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Incomodada pelo ódio, Ingrid Teixeira viaja pelo cenário político brasileiro, desvia para os detalhes do belo e acaba trombando com aberrações

Ingrid Teixeira, estudante e moradora de Barueri a vida toda, frequentadora dos (bons) espaços públicos, dividida entre amor e ódio pela cidade. Já que não se decide, o melhor é rir da situação, e pra isso tinha a página Barueri da Depressão, que até 2014 juntou 17 mil seguidores ao redor do deboche, fruto de sua visão crítica aos veículos de comunicação. Seu posicionamento à esquerda quase sempre a leva a ter um sorriso sarcástico e uma piada irracional para os momentos mais prosaicos da rotina

Não me cabe falar da histeria política que o país enfrenta. Não me cabe falar que existe uma horda de pessoas fanáticas pelo ódio, que não admitem o fato de que o Brasil já não é mais o que era uns 13 anos atrás, e que hoje, aquela faxineira da escola que você estudou consegue ir para Porto Seguro de avião e passar férias como qualquer outro “cidadão de bem”.
Afinal, quem sou para falar de ódio.

Quero é falar das coisas bonitas que vejo por aí, dos lírios que têm no Parque Trianon, e que só descobri porque pulei a cerca na noite do dia 18 de março, enquanto a avenida. Paulista em São Paulo tinha cada centímetro ocupado em favor da democracia.

Vou falar do coro bonito que se seguiu na Linha Amarela do metrô cantando palavras de apoio ao que é certo, e exaltando da melhor forma a nossa tão valiosa liberdade de expressão, enquanto que do outro lado, um grupo raivoso cheio de ódio esbravejava tolices.

E até para isso a democracia está aí: para o nosso direito de falar asneiras.

E cá entre nós, nunca se viu tantas asneiras sendo proferidas depois do advento e popularização da internet nos últimos anos. Como se na internet tivesse uma clausula que permitisse às pessoas serem imbecis, algo como um letreiro “já pode falar merda”.

E quando no meio de muita asneira existem verdades incômodas, é que se vê o direito sendo colocado em risco, e desta vez junto com algo muito maior, que é a democracia, ainda frágil, ainda jovem, e que não consegue amadurecer.
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Mas assim como o ódio, eu não estou aqui para falar sobre o  golpe em curso. Mas, sim, da beleza dos golpes de judô, como os que eu vi no Grand Prix de Tbilisi domingo, realizado na Georgia. O Brasil até ganhou, no quadro geral de medalhas ficamos em terceiro, com destaque para Maria Suelen, judoca da seleção brasileira que derrotou a número um do ranking internacional, a chinesa Sisi Ma.

O golpe bem executado, com muita técnica e anos de treino, uma torcida leiga a favor teve uma ajudinha dos juízes claramente.

E ainda sem falar do caos político brasileiro, uma notícia fútil do jornal mineiro O Dia ficou permeando meus pensamentos. Está sendo construída uma versão brasileira de Coney Island, o parque de diversões localizado no Brooklyn, Nova York, que foi febre no início do século XX. Já com três rodas gigantes importadas da verdadeira Coney Island da terra do Tio Sam, a versão BR é em Belo Horizonte e a pergunta que fica é se a Coney Island BR vai ter exposições com as aberrações que havia no parque americano, como a macabra mostra de fetos envidrados que era famosa no Luna Park, que fazia parte da península de Coney Island.

Mas cheguei à conclusão de que aqui, onde político corrupto e mídia golpista insuflam o povo menos informado para tirar um governo legitimamente escolhido e sem qualquer prova de crime, apenas para continuar cometendo seus delitos com o dinheiro público, aqui não precisamos de mais aberrações, já temos à nossa moda.

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