quinta-feira, abril 18, 2024
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Grupo no Facebook faz sucesso com imagens históricas de Barueri

por: Redação

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Com mais de 2 mil imagens, Memórias de Barueri faz um passeio pela história da cidade

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Fila para a matinê do cinema, início da década de 1960, exatamente no local onde está a prefeitura

Uma notícia de jornal de 1873; a construção da rodovia Castelo Branco, em 1967; a obra de uma estação de trem na década de 1980; uma festa de formatura de 60 anos atrás. Essas são apenas algumas das milhares de imagens que formam o acervo do grupo “Memórias de Barueri (oficial)” no Facebook, que promove um passeio fotográfico por mais de 100 anos da história da cidade.

Quem criou esse verdadeiro museu virtual foi Marco Antonio da Conceição, o Marcão, barueriense de 53 anos vividos todos praticamente no Jardim Silveira e um fanático pela proteção da memória da cidade. “Barueri cresceu muito rápido e hoje é um dos municípios mais importantes do Brasil e corremos o risco de perder muitas informações importantes se não nos preocuparmos em encontrar o material valioso e disponibilizar para a população”, explica.

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Inauguração do quartel do Belval (Grupo Bandeirante). O bairro começava a tomar forma

O grupo foi criado há cinco meses e já tem mais de 4 mil membros e 7 mil curtidores. Fazer uma navegação por ela é viajar no tempo. Ali, é possível saber que o poderoso Palestra Itália esteve por aqui nos anos 1930 para desafiar os craques locais. Que um crime passional a machadadas e o roubo de fios da ferrovia davam trabalho para os investigadores da polícia um século atrás. Também há imagens mais recentes, como comícios políticos em cima de um caminhãozinho que ficou famoso na sua época, as primeiras pavimentações de ruas ou desfiles cívicos no centro da cidade.

Comparando imagens, é possível admirar o crescimento dos bairros mais antigos, como Belval, Engenho Novo, Califórnia ou Silveira. Claro, sem contar os berços da cidade: a Aldeia e o centro. E também ver como foi rápido o crescimento de regiões mais recentes, como a região dos Altos ou do Parque dos Camargos, o Mutinga e o Imperial.

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Rio Barueri-Mirim, na região central, onde hoje está o bulevar. Ao fundo, a igreja católica. Anos 1980

O grupo é aberto a todas as colaborações e os comentários ajudam a enriquecer as informações sobre cada imagem e desvendar um pouco mais da história de Barueri. Um dos entusiastas do projeto é Nilton Fuzita, barueriense de família antiga do Jardim Silveira. Ele vive há seis anos no Japão e de lá participa ativamente com informações preciosas. “A página representa para mim o resgate de lembranças do passado ainda presentes nos nossos dias”, explica ele. “Pelas fotos e publicações eu reencontro velhos amigos que há muito tempo não vejo.”

Outra participante assídua é Alaíde di Pietro, artista plástica que tem em Barueri uma de suas principais inspirações. Muitos de seus quadros retratam momentos e locais importantes da cidade. Alaíde frequentemente comenta as publicações. “A página é simplesmente maravilhosa, estou adorando poder participar com comentários e incluindo fotos”, conta ela. “É através da memória que conseguimos salvaguardar a cultura histórica de um povo.”

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A histórica ponte pênsil da Aldeia de Barueri, que ligava o bairro ao centro, década de 1970

A criação de “Memórias de Barueri” é a continuação do trabalho que Marcão realiza há muitos anos, sempre no intuito de proteger a história. Ele já manteve um site de serviços que também publicava imagens raras e chegou a manter um espaço semelhante no Orkut, que desapareceu com o fim da rede social. Seu próximo projeto é levar a ideia para o Instagram.

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Em calças boca-de-sino, centenas de jovens prestam juramento à bandeira no Largo São João Batista, anos 1970

Marcão se queixa da falta de um trabalho contínuo de resgate e manutenção da história da cidade. “Quem começou a se preocupar com isso foi o Bittencourt, em 1974. (Arnaldo Rodrigues Bittencourt foi prefeito duas vezes, de 1969 a 1972 e de 1977 a 1982). Depois, diz ele, as ações foram isoladas ou realizadas individualmente por pessoas abnegadas. “Não se conta nas escolas a história de Barueri, não se traz as crianças aqui para uma aula sobre a cidade.” (A entrevista foi realizada dentro de um antigo vagão de trem no Museu Municipal, no Jardim Belval).

Ou seja, a preservação sempre foi uma preocupação de Marcão, mas não da cidade. “Barueri cresceu muito rápido, muita gente chegou de fora, e é importante contar para esses novos moradores como Barueri chegou a ser o que é”, diz ele.

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Nos início dos anos 1980, últimos dias do trem japonês que circulou por mais de 20 anos até Júlio Prestes

Um dos objetivos da página é estimular o sentido de raiz. “Grande parte da população é nova aqui, não tem uma pessoa mais antiga da família que explique como o bairro nasceu, quem foram as pessoas que contribuíram com isso”, afirma. “É importante passarmos isso para as crianças, que serão a memória no futuro. Se não fizermos isso, as coisas vão se perder.”

Para atualizar diariamente o acervo, Marcão visita pessoas e instituições e pede que os seguidores da página enviem imagens. Também pesquisa cada material que recebe como forma de enriquecer o conteúdo. “Além disso, os frequentadores ajudam muito com sua memória pessoal, passando informações nos comentários, que viram uma verdadeira aula”, explica.

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Marcão no trem histórico do Museu Municipal: viagem no tempo através de imagens

A página é uma reedição da história, as pessoas olham e sempre têm algo a acrescentar de sua vivência pessoal”, afirma. “A história vai se desvendando nos comentários, pessoas vão se reencontrando, relembrando momentos, muitos criam grupos no Whatsapp.”

Para conhecer a história da cidade em imagens, é só acessar a página no Facebook: Memórias de Barueri (Oficial) 

 

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