quinta-feira, março 28, 2024
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Paciente espera 34 horas no HMB por cirurgia agendada

por: Redação

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Mulher compareceu às 7 horas para submeter-se a retirada de vesícula e foi operada às 16h30 do dia seguinte

No início do mês, o Barueri na Rede acompanhou uma mulher que passaria por uma cirurgia simples no Hospital Municipal de Barueri (HMB), de retirada da vesícula. O jornal esteve em contato com ela, presencialmente ou por celular, desde as primeiras horas após sua entrada no HMB, até quando recebeu alta. Nesse período, Maria (nome fictício), permaneceu no hospital por 34 horas, cumprindo jejum, à espera da cirurgia previamente agendada, junto com dezenas de pessoas na mesma situação.

Maria foi avisada que deveria estar no hospital às 7 horas da quinta-feira, 7/2, para ser operada. Deveria, por isso, jejuar a partir da noite de quarta. Ao chegar ao HMB na hora indicada, foi informada que a cirurgia ocorreria até as 10 horas daquela manhã, e que deveria esperar numa sala junto com outros pacientes que também tinham procedimentos agendados.

Com o passar do tempo, soube que não seria possível operá-la no horário, mas não recebeu nenhuma previsão. Inicialmente, não lhe deram nenhuma explicação. Depois, disseram que não havia quartos disponíveis para o pós-operatório, sem que explicassem porque isso acontecia, já que as pessoas foram convocadas com antecedência e, portanto, dentro de um planejamento..

Junto com ela, havia outros pacientes, num grupo que inicialmente tinha mais de dez pessoas, enfrentando a mesma espera. Apenas no fim da manhã Maria ouviu que a cirurgia seria às 17 horas, e que, portanto, deveria manter o jejum iniciado na véspera.

Espera e adiamento

Com o passar dar tarde, surgiu nova informação: o procedimento não poderia mais ser às 17 horas, mas garantiam que ocorreria naquele mesmo dia. As pessoas que esperavam, algumas idosas, chegaram a passar mal durante o dia. Várias anunciaram que desistiriam, mas foram convencidas a ficar com o argumento de que demoraria muito para remarcar os procedimentos.

Finalmente, às 21 horas, Maria subiu para o quarto e foi informada que a cirurgia não seria mais realizada naquele dia. Pôde então, depois de 24 horas, finalmente comer alguma coisa para iniciar novo período de jejum. Foi feita a promessa de que ela seria a primeira a ser operada no dia seguinte, mas então tudo se repetiu e sua cirurgia só foi realizada a partir da 16h30, quase 34 horas após ter entrado no hospital para realizar uma cirurgia previamente agendada.

Durante todo esse período, a tensão entre pacientes e acompanhantes aumentou, e alguns deles chegaram a se exaltar e dizer que levariam o caso à imprensa. Um médico respondeu: “Façam isso, por favor, porque nós também não estamos aguentando. Minha equipe está fazendo 50 cirurgias por dia, tudo aqui está desumano. Faltam materiais todos os dias, chegou a faltar seringas”. Outra médica disse que o hospital está empilhando gente.

Naquela noite, após ter sido operada, e enquanto as pessoas que haviam sido operadas convalesciam nos quartos, Maria gravou um vídeo da cama onde estava mostrando as equipes de limpeza trabalhando durante a madrugada nos saguões dos andares, inclusive com uso de máquinas ruidosas. Não foi possível dormir. Ao mesmo tempo, os pacientes se queixavam de não estar recebendo medicações.

Urgência tem prioridade

Procurado pelo Barueri na Rede, o HMB afirmou que, por ser referência em atendimento de casos graves e de emergência, precisa fazer modificações em sua programação cirúrgica. Nos dias 7 e 8 de fevereiro, o hospital afirma ter recebido 22 pacientes de urgência. “Diante desses casos, procedimentos considerados eletivos, de menor gravidade, ainda que agendados, podem sofrer alteração, visando o atendimento urgente a pacientes com risco iminente de vida, por exemplo”, afirma nota enviada ao site. “Mesmo com grande demanda, ninguém fica sem atendimento no local, tanto que a colecistectomia (cirurgia de retirada de vesícula) da paciente em questão foi adiada em apenas um dia.”

O hospital também nega a falta de medicamentos, queixa frequente entre pacientes e acompanhantes. “O HMB reforça que este tipo de informação não procede e que, inclusive, 48 horas antes de marcar a cirurgia, sempre há checagem de todos os elementos fundamentais para o procedimento”, afirma a instituição.

Por fim, quanto à limpeza dos saguões durante a madrugada, a nota afirma que alguns processos precisam ser feitos em horários com menor circulação de pessoas. Também adianta que “o horário do serviço com a utilização de maquinário será revisto com a equipe de hotelaria”.

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